Atual líder do Jaguar I-Pace eTrophy falou sobre vitória em Roma e como a categoria está se saindo após cinco corridas
Sérgio Jimenez é só alegria quando o assunto é Jaguar I-Pace eTrophy, o campeonato de Turismo com carros totalmente elétricos, e que acompanha o calendário da Fórmula E.
No último sábado ele conquistou a primeira vitória dentro do campeonato, após sequência de bons resultados, e assumiu a liderança. Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com Brasil, Jimenez falou sobre a evolução dentro da categoria, a disputa pelo título, além de admitir que o impacto da campeonato foi maior do que o esperado. Confira:
Motorsport (MS) - Nas cinco primeiras corridas da temporada, seu pior resultado foi um quarto lugar na China, com você beliscando sempre um lugar no pódio, mas faltava a vitória. Como foi sentir essa emoção em Roma?
Sérgio Jimenez (SJ) - Sim. Foi assim que ganhei a maioria dos campeonatos da minha vida. Assim que ganhei o primeiro da Fórmula Renault em 2002, quando era um dos grids mais fortes já vistos, hoje mais da metade está correndo pelo mundo. Sabia que a vitória uma hora iria encaixar, era questão de tempo. A cada etapa eu dava um passo de evolução para o meu estilo e quando acertei a mudança, eu consegui ser mais rápido. Enquanto não vencia, conseguia colher pontos em todas as etapas.
MS - Como foi correr nas ruas de uma cidade tão especial como Roma?
SJ - Isso é o mais legal dessa categoria. Quantos venceram uma corrida de um campeonato mundial correndo nas ruas de Roma? É incrível! O impacto que o evento causa na cidade é demais.
MS- O foco nas próximas corridas é na luta pelo título? Como está sua cabeça?
SJ – O foco é continuar fazendo um bom trabalho. Está muito equilibrado e temos pelo menos cinco caras com potencial de vencer. O carro é muito manhoso, a rua te desafia a cada curva, por isso tem que ter frieza de quando não estiver bem, parar, analisar, entender e executar o que precisa melhorar.
MS- Qual é a importância dos treinos classificatórios, já que é difícil ultrapassar?
SJ - É muito importante. Os carros são muito iguais. Acho que fui um dos únicos que ultrapassei. Facilita muito largar na frente!
MS – Esta é a primeira temporada da categoria. O que ela tem que já é um golaço pra um primeiro ano e onde precisa evoluir mais?
SJ - Só de estar dentro de um dos maiores eventos globais do mundo do automobilismo é um golaço. Acho que pouco a pouco a organização tem que entender como ela pode evoluir. Ela nasceu e eles acreditavam muito que seria mais “light”, porém apareceram equipes e times profissionais. Foi um bando de gente profissional, levando engenheiro, assessoria e etc. O que deu um tranco neles. Eles precisam dar um pouco mais de liberdade pra deixar nós trabalharmos. Nós mesmos fazemos um mega trabalho com os nossos patrocinadores, vão 10, 15 (em Hong Kong eram 35) pessoas para viver essa experiencia! E todos saem encantados! Precisam entender que precisamos disso e de um pouco de “liberdade” para trabalharmos com nossos convidados, um pouco mais de liberdade pra trabalharmos com os nossos profissionais que levamos do Brasil, não só pra nós, para todos que estão ali!
MS - Você e Cacá Bueno já têm experiência juntos. Como está sendo nesse projeto?
SJ - Já corremos juntos no Mundial de GT. Temos uma boa sintonia e foco em fazer o melhor para o todo (equipe, patrocinador). Claro que um quer ganhar do outro, mas isso é lá dentro da pista.
MS - As pistas da Fórmula E casam com a Jaguar? Pelo fato das ultrapassagens serem difíceis.
SJ - As pistas foram construídas apertadas para o carro da Fórmula E, bem menor que o nosso! Para o nosso carro fica “apertado”, fica difícil. Nós precisávamos de um “push to pass” ou que tivéssemos mais potência e fossemos obrigado a economizar potência, acho que facilitaria termos ultrapassagens. Mas é o começo. A cada etapa temos uma atualização de software corrigindo pequenos erros. O automobilismo acelera a evolução dos carros, pois levamos ao limite ou até acima. Tenho convicção que a próxima temporada teremos uma evolução em relação a isso.